
MITOS
Há muitos mitos que rondam o tema das armas, em especial no Brasil, onde somos diariamente bombardeados com informações falsas e tendenciosas a esse respeito. Esta seção tem o objetivo de trazer luz acerca deste tema de forma a, no mínimo, produzir uma reflexão mais detida a respeito do assunto.
Todas as citações bíblicas são da versão Almeida Revisada e Atualizada (ARA).
Não é adequado que um cristão possua uma arma
A única maneira de desfazer mitos que tenham relação com a crença religiosa deve ser confrontando estes mitos com a Palavra. Está escrito, em João 18:10,11: “Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” No texto vemos que Pedro, discípulo de Jesus, habitualmente trazia consigo uma espada e, em momento algum foi repreendido por Cristo Jesus a respeito deste fato. Quando Pedro procura defender o Messias da prisão, Jesus o repreende não pelo fato de ter utilizado a arma que trazia consigo, mas sim pelo fato de que nada deveria impedir que Jesus cumprisse a sua missão, que era a de nos salvar da condenação pelos nossos pecados. Perceba que Jesus não ordena que Pedro se desfaça da sua arma, mas apenas a guarde, pois aquele não era um momento propício para ser usada.
Caso eu seja assaltado(a), corro mais risco se eu estiver armado(a)
Acreditar na afirmação acima implica dizer que você conta com a misericórdia de um bandido, que está disposto a tudo para atingir o seu objetivo, que pode ser desde apenas subtrair um pertence até fazer coisas terríveis (mas você jamais saberá qual é a intenção dele). Não reagir a um assalto não garante que o criminoso não cometa atos hediondos. Na verdade, enfrentar um bandido, utilizando uma arma e desde que com treinamento adequado, traz maior possibilidade de um desfecho seguro para a vítima do que apenas se render ao criminoso.
Neutralizar um bandido é pecado
Jesus resumiu todos os mandamentos em apenas dois: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas." (Mateus 22:37-40). É certo que a ordem de Jesus Cristo é que amemos o próximo, entretanto pessoas de nossa família são mais próximas que um bandido que vem em nossas casas para matar, roubar e destruir. Desta forma, ao poupar um bandido acreditando que você está cumprindo a ordem de Jesus, você estará fazendo exatamente o oposto desta ordem, pois os nossos familiares também são os nossos mais próximos. Nesta situação o próximo que devemos amar são os nossos familiares e não um criminoso que decidiu deliberadamente fazer o mal.
Possuir uma arma é duvidar da proteção de Deus
Possuir ou portar uma arma não é um substituto da proteção divina, mas um complemento. Uma coisa não anula a outra. Da mesma forma que é perfeitamente normal que um cristão possua um plano de saúde, apesar de saber que Jesus levou sobre si todas as enfermidades, possuir uma arma não menospreza a proteção de Deus em nossas vidas. O fato é que vivemos em um mundo que é essencialmente mau (“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.” 1 João 5:19) e que o poder de Deus aqui na terra não é pleno como é no céu. Se isso não fosse verdade, Jesus não nos teria ensinado a orar dessa forma: “venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). O que Cristo nos ensina é que precisamos pedir ao Pai que a vontade dEle seja feita aqui na terra, assim como ela já é feita no céu. O cristão não confia na arma, mas entende que ela é uma ferramenta importante para, com a proteção de Deus, defender a si e sua família de um ataque injusto.
Outro exemplo que derruba este mito é que quando Neemias obteve autorização para retornar a Israel e iniciar a reconstrução das muralhas de Jerusalém, ele escreveu: “Daquele dia em diante, metade dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade empunhava lanças, escudos, arcos e couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá; os carregadores, que por si mesmos tomavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a arma." (Neemias 4:16,17). A reconstrução era uma obra abençoada por Deus, mas nem por isso o povo judeu deixou de ser atacado pelos povos inimigos que os cercavam.